O SAPO DO CONVERSIVEL BRANCO
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da
Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em
Portugal em 2016 e 2017, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
O SAPO DO CONVERSIVEL BRANCO
Ela já tinha lido e relido as fabulas dos
irmãos Grimms, mas, definitivamente nunca pensou que seria protagonista.
Seu sonho de menina era conhecer um Príncipe,
que viesse em seu cavalo branco, garboso, saltitando sem pressa, elegante. E
ela, viajava, as vezes se pegava acordada sorrindo sem medo, imaginando o belo
Príncipe com ar cortes, cheio de fidalguia, com flores no primeiro encontro,
comprados “literalmente” por ele.
E a tecnologia ajudou.
O conheceu por acaso, solicito, gentil, voz
mansa, pausada, e ela questionou: qual o problema no casamento?
E ele respondeu de imediato: sair da rotina.
E ela nem
queria ir, gostava de homens mais velhos.
Sua
intuição dizia, não vá.
E no primeiro encontro, surpresa, o belo Príncipe saído de contos germânicos,
nem tanto, talvez europeu somente, chega em um “conversível branco”.
E seus olhos se abriram como por espanto, e
ela sorrindo, lembrou do tal cavalo branco, mas, nem queria um conversível, bastava o Príncipe da voz
suave ao telefone.
E nas preliminares o Príncipe ainda a
escutou.
Mas não demorou para se transformar em SAPO.
E ela
lembrou do pequeno SAPO cheio de veneno que matou o paisagista Burle Marx.
Um SAPO mortal, com seu veneno peculiar,
“E ela
se lembrou da fabula do escorpião. ”
Pela sua natureza, sem agradecimento, ainda
na travessia picou o seu benfeitor.
O SAPO DO
CONVERSIVEL BRANCO,
(Casado, com filhos, com uma esposa jovem e
bela, com nome de Anjo, pula as lagoas (sites), em busca de aventuras.) E a
esposa nem sabe de sua outra face oculta, talvez a foto colocada no seu perfil,
nem seja dele. ( ) não parecia.
Talvez um dia volte para casa com uma hepatite C,
Talvez no primeiro beijo, seja contaminado
por um herpes bucal, e quando tiver
baixa imunidade, todos saberão que ele fez sexo oral.
Talvez
com várias prostitutas travestidas de damas.
E o SAPO
DO CONVERSIVEL BRANCO,
Pensou de
verdade que era um Príncipe.
ESTORIAS
DO METRÔ EM PORTUGAL-2017
BIOGRAFIA
Neca Machado
(Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia,
através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil,
é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental,
Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia,
fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com
classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso
Urbs, classificada com publicação de um
poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da
Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em
Portugal em 2016 e 2017, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista,
Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e
designer em crochê.)
6.1 – A
BELA QUE NÃO TINHA DINHEIRO PARA O METRÔ....
Na porta da estação percebi vários policiais,
achei que eram policiais, pelas roupas pretas e pela maneira e seriedade ao se
posicionarem à espera do veículo.
Manhã de quinta-feira, muito frio, a
temperatura baixou repentinamente, uma senhora me cumprimenta e sem conhecer-me
resmunga sacudindo a cabeça, “muito frio, heim! Sim,
respondo entre um sorriso sem graça.
Quinta-feira, 23.03.2017 as pessoas em
Portugal ainda têm o habito de pararem na porta de localidades onde são
vendidos os jornais para lerem as manchetes, e a notícia do dia é o atentado na
Europa que deixou mortos e feridos em Londres, pessoas que nem se conhecem,
comentam o terror, coincidência ou não na época do aniversário do atentado em
Bruxelas.
O veículo chega, entro, vou a cidade do
Porto, próxima e a Senhora senta ao meu lado, puxando conversa, pergunta pelo meu
sotaque que não é português de Portugal, de onde sou no Brasil, e ela de
repente diz: “pegaram mais uma...” e EU sem entender, questiono: o que?
E ela:
pegaram mais uma, que não tem dinheiro para pagar o bilhete do Metrô.
Moro do lado da estação do Metro
E alguém me disse: cuidado, compre seu
bilhete, pague, não ande de graça, porque os fiscais podem lhe pegar, eles nem
avisam quando fazem fiscalização, entram numa estação, fazem o controle, multam
e vão embora...
E
continuou: a multa é grande.
E olhei para a Moça que foi “multada”
BONITA,
me surpreendi.
E eu disse a senhora: mas, ela é bonita, a
senhora viu?
E a
Mulher sorriu: mas, não tem dinheiro para pagar o bilhete.
“Sorrimos
as duas da desgraça alheia. ”
Quantos
não riem da gente...
E me lembrei de quantos “pobres,
afrodescendentes, mendigos, que tem tantos em Portugal, são olhados “de lado” e
“muitos” acham que nem tem dinheiro para pagar o bilhete.
E a BELA,
com roupa boa de frio, bota nova, cachecol da moda... Nem tinha dinheiro para
PAGAR o bilhete do Metro.
E vai ter
dor de cabeça me disse a Senhora.
E desci pensando na crônica que escreveria,
Sou
Jornalista, e não ia perder um tema tão bom.
A BELA
QUE NÃO TINHA DINHEIRO PARA PAGAR O BILHETE DO METRO.
E na volta do meu compromisso na cidade do
Porto, continuava a chover e aqui não tenho carro, decidi vir de taxi.
E o motorista simpático puxando conversa,
resolvi contar a ele a estória do Metro..
E complementei:
Imagina você: que EU, com cara de pobre, afrodescendente,
casaco simples, sem bota, no frio?
Alguém deve ter dito, essa ai, é mais uma sem
dinheiro.
E eu ainda tenho um trabalho.
Na volta passei no Supermercado, e a safra de
morangos em alta, trouxe logo uma caixa que AMO,
E ai: na conversa com o motorista de taxi,
Complementei: ainda volto de taxi, e vou comer morangos com nata...
E a BELA,
de bota nova, nem tinha dinheiro para pagar o bilhete do Metro...